O dilema do Vasco com a chegada de Fernando Diniz

Nesta quarta-feira (8), Lisca pediu demissão do comando do Vasco, com pouco mais de um mês de trabalho. Sem perder tempo, a diretoria vascaína saiu à caça do substituto. Com poucas opções e em busca de um nome acessível, o clube acertou com Fernando Diniz, demitido há poucos dias do Santos. O novo treinador Cruz-Maltino deve mudar o relacionamento com os jogadores. Por isso, as diferenças em relação a Lisca chamam a  atenção.

Sai Lisca, entra Fernando Diniz

Nesta quinta-feira (9), o Vasco anunciou Fernando Diniz como novo técnico da equipe até o fim da temporada. O treinador assume o time na 11ª posição da Série B com 32 pontos.

Acima de tudo, sua missão é  conseguir o acesso do clube para a elite, faltando 45 pontos a serem disputados. Desse modo, o técnico de 46 anos chega para tentar fazer o que Lisca desistiu, após 12 jogos à frente do Gigante da Colina.

O ex-treinador acumulou mais derrotas que vitórias – quatro vitórias, sete derrotas e um empate. Além disso, saiu sem ter extraído o mínimo aceitável  e suficiente da equipe. Abandonou o maior desafio da carreira na primeira grande oportunidade no comando de um dos grandes do futebol brasileiro.

No entanto, vale destacar que Lisca é um treinador do tipo extrovertido que soube se valorizar. De forma inteligente atraiu holofotes e chegou ao Vasco, o maior clube da sua carreira. Veio balizado pelo seu ótimo e melhor trabalho no América-MG. Mas entregou o boné antes do fim do campeonato.

Fazer o simples ou ser atrevido?

Foi na última rodada do primeiro turno que Lisca deu os primeiros sinais de desconforto no cargo. O treinador apareceu abatido e desanimado na coletiva, após derrota para o Londrina. Em uma das declarações, ele afirmou que tinha “muita coisa errada, muita coisa ruim” no Vasco.

Talvez tenhamos que fazer um futebol mais simples”, foi o desabafo de Lisca na mesma coletiva. O ex-técnico deixou o time com a noção de que a equipe precisava fazer o básico para alcançar bons resultados. A princípio, seu método gira em torno de valorizar o físico e a armação da equipe.

Na contramão dessa perspectiva está Fernando Diniz. Um adepto da exposição e dos riscos. Diferente do antecessor, também é menos amistoso nas relações com jogadores. É mais reativo e explosivo.

Sem dúvida, Fernando Diniz não era a opção mais apreciada pelos críticos, nem pela torcida vascaína. Pelo menos foi o que se viu através de perfis influentes nas redes sociais.

O novo técnico não deixa boas recomendações dos santistas. Suas ideias ousadas, ainda que atraentes, se chocam com as deficiências e limitações dos elencos que costuma ter em mãos. A ideia é boa, mas a execução, às vezes, nem tanto.

É sabido que o jogador precisa entender a proposta do treinador. Mas é imprescindível que o técnico conheça suas peças a ponto de reconhecer o que elas podem ou não oferecer.

Esse pode ser o maior obstáculo de Fernando Diniz, já que o Vasco não tem mais tempo para testes, nem para auto boicote.

Foto destaque: Divulgação/FNV Sports

Eric Filardi
Eric Filardi

Sou Eric Filardi, paulistano de 28 anos, criado em Taboão da Serra, jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo e apaixonado por futebol. Como todo jornalista amo escrever. Como todo brasileiro amo futebol. Tenho meu clube e minhas preferências, mas viso o profissionalismo e a imparcialidade, sem deixar de lado a criatividade. Sou Tricolor, Peixe, Palestra e Timão. Sou da Colina, Glorioso, Flu e Mengão. Sou brasileiro, hermano, francês e italiano. Sou Ghiggia, Paolo Rossi, Caniggia e Zidane. Sou Alemanha dos 7 x 1, mas que o povo não se engane. Também sou Ronaldo, Romário, Zico, Garrincha e Pelé. Sou Bundesliga, MLS, Eredivisie e Premier. Sou das várzeas e dos terrões. Sou Clássico das Multidões. Sou Sul, Nordeste, Amazônia e Pantanal. Sou Galo, Raposa, Bavi e Grenal. Sou Ásia e África. Sou Barça e Real. Sou as Américas, a Europa, sou o mundo em geral. Sou a festa nas arquibancadas que o estádio incendeia: sou Futebol na Veia.

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