O Cruzeiro tem saída?

O Cruzeiro, um clube fantástico, com uma história bastante rica, vive um triste contexto. Fulano está “cruzeirando”. Tal empresa “cruzeirou”. Nos dias atuais, a expressão “cruzeirar” é sinônimo de crise, de não cumprimento de obrigações.

TRISTE REALIDADE DO CRUZEIRO

É doloroso ver o Cruzeiro passar pelo caos que, dentre outras tantas consequências, trouxe o descenso, em 2019. Na verdade, o problema começou bem antes. Foram várias más administrações. Dessa maneira, que levaram o clube a entrar em um ciclo nefasto, de difícil solução.

Agora, não há dinheiro para investir em jogadores de renome. Da mesma forma, sem uma equipe minimamente capaz, o retorno à primeira divisão torna-se difícil. Eis o grande dilema. Dessa forma, o Palestra das Minas Gerais deverá amargar, em 2022, o terceiro ano seguido na Série B. E mais uma temporada longe da elite do futebol no Brasil fará com que dificuldades financeiras se avolumem.

Assim, os poucos recursos precisarão ser canalizados para saldar compromissos. Os quais uma vez não cumpridos, acarretarão penalidades severas, como perda de pontos nos campeonatos, a exemplo do que já ocorreu em 2020. Então, os investimentos no futebol que já são limitados, sofrerão cortes cada vez mais significativos.

O QUE ESTÁ RUIM PODE PIORAR

Ademais, quanto à formação de time, a atual gestão do clube mineiro tem pecado demais. Chegaram atletas caros para os padrões atuais do Cruzeiro. Mas com qualidade muitas vezes bem duvidosa. Talvez os fatores externos estejam contribuindo para um rendimento em campo ainda mais fraco. Contudo, a verdade é que o nível dos jogadores que hoje vestem a camisa do Cruzeiro é insuficiente.

No mesmo sentido caminha a definição de técnicos. Sob enorme pressão, os dirigentes não conseguem empregar uma filosofia de jogo. Pelo desespero, há uma constante troca de profissionais. E, pior, cada qual com características distintas, bastando comparar Felipão e Felipe Conceição, por exemplo.

Em resumo, a equação é até simples: ausência de política de futebol + indefinição de um perfil de técnico + atletas contratados sem critério =  fracasso. Por estas razões todas, é injusto responsabilizar o treinador Vanderlei Luxemburgo pela campanha do Cruzeiro. Pelo contrário, sob seu comando o time cresceu de produção.

MAS HÁ UMA ESPERANÇA…

Sem dúvida, é possível concluir que Luxa, pela sua experiência, diagnosticou a fragilidade dos atletas “cascudos” e tem adicionado jovens advindos da base. A melhora não é coincidência. Os meninos da Toca da Raposa, além de identificados com o clube, são melhores e mais baratos. Aí pode estar a salvação.

Ao longo do tempo, o Cruzeiro mostrou-se uma máquina reveladora de grandes jogadores. A citar: Tostão, Piazza, Dirceu Lopes e Fenômeno para ficarmos somente nestes. Ou seja, possui a receita. Desse modo, o segredo será injetar a maior parte do dinheiro disponível na formação de talentos. O objetivo pode demorar um pouco, mas será certeiro e menos custoso.

TRANSPARÊNCIA, UNIÃO E TRABALHO NO CRUZEIRO

Sobretudo, perguntarão: A torcida terá paciência? De início, é provável que a resposta seja um sonoro NÃO. No entanto, aqui se inicia outro importante trabalho de recuperação da Raposa. A linha de diálogo com o mais importante player desta indústria fantástica chamada futebol: o torcedor.

Isto é, aqueles que têm as rédeas do clube não devem promover discursos que enganem. Aliás, apenas para acalmar a grande massa de apaixonados torcedores. Muitas vezes, não só no Cruzeiro, os diretores buscam amainar ânimos e criar esperanças, falsas, em vários casos. Por certo, tal atitude ocasiona mais raiva nos fãs.

Ao contrário, vídeos nas redes sociais, mostrando o que se tem feito, aproximação dos torcedores de locais mais distantes de Belo Horizonte farão com que todas as partes se juntem. A abertura e exposição da realidade, ainda que um tanto dolorosa, com o passar do tempo trará os torcedores para lado da instituição.

Outrossim, campanhas de marketing que atinjam o sentimento das pessoas também devem ser massificadas. Enfim, um mutirão convergindo para salvar o Cabuloso. Essas ações reunidas transformarão a amargura do torcedor em engajamento. Os jovens jogadores serão apoiados e, com confiança, apresentarão frutos. Pode parecer mágico e inatingível. Todavia, futebol conduzido com profissionalismo e obviedade (pasmem!) produz grandes soluções.

GRANDE CONCLUSÃO…

Definitivamente, não é mais possível adiar esta oxigenação no Cruzeiro. Trabalhar a base com o torcedor do lado. Sim, o Cruzeiro tem saída.

Vamos estar torcendo!

Foto Destaque: Divulgação/mapio.net

Eric Filardi
Eric Filardi

Sou Eric Filardi, paulistano de 28 anos, criado em Taboão da Serra, jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo e apaixonado por futebol. Como todo jornalista amo escrever. Como todo brasileiro amo futebol. Tenho meu clube e minhas preferências, mas viso o profissionalismo e a imparcialidade, sem deixar de lado a criatividade. Sou Tricolor, Peixe, Palestra e Timão. Sou da Colina, Glorioso, Flu e Mengão. Sou brasileiro, hermano, francês e italiano. Sou Ghiggia, Paolo Rossi, Caniggia e Zidane. Sou Alemanha dos 7 x 1, mas que o povo não se engane. Também sou Ronaldo, Romário, Zico, Garrincha e Pelé. Sou Bundesliga, MLS, Eredivisie e Premier. Sou das várzeas e dos terrões. Sou Clássico das Multidões. Sou Sul, Nordeste, Amazônia e Pantanal. Sou Galo, Raposa, Bavi e Grenal. Sou Ásia e África. Sou Barça e Real. Sou as Américas, a Europa, sou o mundo em geral. Sou a festa nas arquibancadas que o estádio incendeia: sou Futebol na Veia.

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