Apesar das dificuldades enfrentadas em fator da pandemia, Campeonato Paulista chega ao seu fim com balanço positivo

Em seu segundo ano consecutivo, o Campeonato Paulista sofreu com os efeitos da pandemia, consequência do novo coronavírus. A interrupção de 26 dias, imposta pela fase mais restritiva do Plano São Paulo de combate à doença, apertou o calendário. Como resultado, criou um torneio atípico com partidas em outros Estados e jogos do mesmo clube a cada 48 horas. Para suportar essa intensa maratona, os grandes times dividiram os elencos de acordo com as competições que disputavam, e a maioria teve que recorrer às suas categorias de base. Apesar das dificuldades enfrentadas em fator da pandemia, o Campeonato Paulista chega ao seu fim com balanço positivo, a Federação Paulista de Futebol fez um resumo positivo da temporada 2021.

“Estamos terminando o Paulistão novamente com recordes de audiência, na data programada e, pela primeira vez, com VAR em 100% dos jogos. Para 2022, nos reuniremos com clubes, comissões técnicas, atletas, árbitros e parceiros comerciais para debater melhorias”, afirmou o presidente Reinaldo Carneiro Bastos ao Estadão.

A paralisação

O Paulistão foi interrompido quando o governo suspendeu as atividades esportivas coletivas no Estado de 15 a 30 de março, em vigência da fase emergencial do Plano São Paulo para conter a disseminação do coronavírus. A FPF recorreu ao Ministério Público para tentar a liberação das partidas. O órgão disse não. Para cumprir o cronograma, a saída foi levar os jogos para outros Estados. Para jogar em Volta Redonda (Rio de Janeiro), a FPF se comprometeu a doar equipamentos para dez leitos de UTI para a prefeitura. Enquanto que a contrapartida foi a realização dos jogos de Corinthians e Palmeiras, no Estádio Raulino de Oliveira.

Os clubes tiveram de se adaptar às regras. Durante o lockdown em Ribeirão Preto, por exemplo, o Botafogo adotou treinos por videochamada, com todos os atletas em suas respectivas residências. A previsão de retomada era no dia 31 de março, mas só aconteceu em 10 de abril.

Protocolo bolha

O protocolo de retorno, adotado no início de abril, foi rigoroso. A principal mudança foi a adoção do formato de “bolha”, onde árbitros e times ficavam confinados em hotéis e centros de treinamento sem contato com outras pessoas. Além disso, as equipes só podiam sair para os jogos ou treinos e, todos eram testados através do exame  PCR-RT a cada três dias.

As partidas deveriam começar somente após às 20hrs, horário do início do toque de recolher vigente no Estado. O objetivo era evitar aglomerações de torcedores, pois a presença no estádio estava proibida, não houveram exceções. No dia 2 de maio, a Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão do torneio, tentou antecipar o clássico entre São Paulo e Corinthians, na fase de classificação, para às 16hrs, mas não conseguiu. Sendo assim, o jogo teve seu início às 22h15, na Neo Química Arena.

No dia da partida, os elencos eram sujeitados a testes de antígeno, o mais rápido para detecção do vírus. Quem testasse negativo, poderia jogar, no caso de exames positivos, o atleta era isolado. O mesmo procedimento era feito com a arbitragem.

A retomada

Com a retomada do torneio, os clubes e a FPF se viram obrigados a adaptarem seus calendários a fim de cumprir a data prevista para o término da competição, 23 de maio. As equipes que estão na Série A do Campeonato Brasileiro foram priorizadas no agendamento dos duelos, sobretudo, porque Palmeiras, São Paulo, Santos, Corinthians e Red Bull Bragantino disputam torneios da Conmebol (Libertadores e Copa Sul-Americana). E com isso, a sequência de rodadas foi praticamente ignorada.

No entanto, a maratona de jogos foi inevitável. Até a final do último domingo 23, o time do Palmeiras completou uma corrida de 15 jogos em 33 dias. Na última sequência, foram seis partidas em 13 dias. O São Paulo também sofreu, na sua última maratona de jogos, foram sete atuações em 14 dias, uma média de um jogo a cada 48 horas. A saída que os finalistas do torneio encontraram foi a de usar times reservas ou mistos na maior parte da competição. Dessa forma os torcedores tiveram que se acostumar em ver os titulares nos torneios sul-americanos e os reservas na competição estadual.

Em suma, apesar das dificuldades enfrentadas em fator da pandemia, o Campeonato Paulista chega ao seu fim com balanço positivo. Agora nos resta aguardar por 2022 com mais uma edição do estadual mais forte e difícil do Brasil.

Foto destaque: Reprodução/Fernando Vidotto

Mateus Evangelista 

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