Gustavo Diniz: a realização de um sonho de três gerações

No Brasil todo menino já sonhou um dia em ser jogador de futebol. Mas quanto tempo pode durar um sonho? Na família Diniz, esse desejo se perdurou por três gerações até conseguir enfim ser realizado.

Nessa família, o anseio de viver do esporte mais apaixonante do planeta começou na década de 1950, quando Casimiro Diniz deu seus primeiros passos como jogador de futebol integrando a base do Santos FC. Foi por muito pouco que ele não fez parte de um dos maiores times da história, o Santos de Pelé. O obstáculo que Casimiro não pôde driblar foi o baixo salário oferecido na época, que não dava para sustentar sua família.

Passado quase 20 anos, o desejo de viver do futebol passou para a geração seguinte. Nos anos 70, Héverton, um dos filhos de Casimiro, tentou trilhar o mesmo caminho. No entanto, o mesmo obstáculo enfrentado pelo seu pai fez com que o filho também colocasse um ponto final em sua trajetória antes mesmo dela começar.

Gustavo Diniz: a ousadia de realizar o sonho

O tempo passou e o sonho continuou vivo na família. Dessa vez, através do neto de  Casimiro e sobrinho de Héverton. O garoto Gustavo Diniz, nascido em 2000,  começou sua história com a bola desde pequeno. Logo aos seis anos de idade, o menino já jogava no time de futsal do Santos FC. O talento herdado do avô e do tio fez com que ele migrasse para os campos e se destacasse por lá.

Atuando como volante, passou pelas categorias de base do XV de Piracicaba, Votuporanguense, Monte Azul, Inter de Bebedouro e Portuguesa Santista, onde integra o elenco profissional atualmente. Mesmo com as dificuldades geradas pela pandemia, Gustavo não perde seu humor e vontade de vencer. Aliás, foi justamente essa vontade que fez com que o jogador superasse o seu maior desafio na carreira. Em 2020, o atleta sofreu uma lesão na canela que o afastou dos gramados por 5 semanas. Durante esse período, a angústia e a apreensão fizeram parte do cotidiano do garoto.

“Eu fiquei muito abalado, estava treinando muito bem, estava certo de que iria receber uma oportunidade e me machuquei”

A superação

Desse modo, foi nesse momento que sua maior inspiração no futebol surgiu: Diego Ribas. O atleta do Flamengo, ao qual Gustavo cresceu assistindo, também passou por uma lesão ainda mais grave em 2019, e conseguiu se recuperar em tempo recorde, antes do previsto pelo departamento médico do clube. Esse exemplo foi a motivação necessária para que o menino de Santos se recuperasse tão esforçadamente como o ídolo.

Agora, já recuperado, o neto de Casimiro pretende dar um passo maior em sua carreira para ajudar sua família e comprar a sonhada casa própria.

“Meu objetivo é ir para um clube grande. Mas primeiramente, quero fazer um bom campeonato pela Portuguesa”.

Assim, Gustavo segue sonhando alto e trabalhando forte para continuar realizando os desejos que atravessaram gerações.

Foto Destaque: Reprodução/Fabrízio Neitzke

Eric Filardi
Eric Filardi

Sou Eric Filardi, paulistano de 28 anos, criado em Taboão da Serra, jornalista pós-graduado em Jornalismo Esportivo e apaixonado por futebol. Como todo jornalista amo escrever. Como todo brasileiro amo futebol. Tenho meu clube e minhas preferências, mas viso o profissionalismo e a imparcialidade, sem deixar de lado a criatividade. Sou Tricolor, Peixe, Palestra e Timão. Sou da Colina, Glorioso, Flu e Mengão. Sou brasileiro, hermano, francês e italiano. Sou Ghiggia, Paolo Rossi, Caniggia e Zidane. Sou Alemanha dos 7 x 1, mas que o povo não se engane. Também sou Ronaldo, Romário, Zico, Garrincha e Pelé. Sou Bundesliga, MLS, Eredivisie e Premier. Sou das várzeas e dos terrões. Sou Clássico das Multidões. Sou Sul, Nordeste, Amazônia e Pantanal. Sou Galo, Raposa, Bavi e Grenal. Sou Ásia e África. Sou Barça e Real. Sou as Américas, a Europa, sou o mundo em geral. Sou a festa nas arquibancadas que o estádio incendeia: sou Futebol na Veia.

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